Seis em cada dez servidores da Caixa reclamam de assédio moral no trabalho
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Na mensagem que escreveu ao encaminhar ontem seu pedido de demissão da presidência da Caixa, Pedro Guimarães sustentou que em sua gestão se empenhou "no combate a toda forma de assédio, repelindo toda e qualquer forma de violência, em quaisquer de suas possíveis configurações". Não é essa a percepção dos funcionários do banco.
Pesquisa da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), realizada entre novembro e dezembro de 2021, mostra que 6 em cada 10 entrevistados relatam ter sofrido assédio moral no ambiente de trabalho. A pesquisa foi feita com 3.034 trabalhadores do banco, tanto aposentados quanto da ativa. Entre os funcionários da ativa, 56% disseram ter sofrido esse tipo de assédio. Além disso, 70% dos entrevistados já testemunharam assédio moral em ambiente da Caixa.
Pedro Guimarães entregou o cargo depois que o portal Metrópoles revelou o relato de cinco mulheres que o denunciam por episódios de assédio sexual e frases agressivas. O caso está sendo investigado em sigilo pelo Ministério Público Federal.
Para o presidente da Fenae, Sérgio Takemoto, o resultado da pesquisa não foi uma surpresa. "O modo de gestão de Pedro Guimarães, a pressão por metas, a sobrecarga de trabalho e o assédio moral têm adoecido os empregados", afirma Takemoto. "O número é muito alto. E o quadro só piorou. Agora, com as denúncias de assédio sexual, era urgente a saída de Pedro Guimarães para que haja uma rigorosa apuração". O levantamento também mostra que 65% dos pesquisados conhecem algum colega passando por situação de sofrimento constante, como depressão, angústia ou pânico causados pelo ambiente de trabalho na Caixa.
Fonte: UOL