ACIDENTE EM RONDÔNIA

NÃO FOI POR FALTA DE AVISO...

No dia 24 de outubro, domingo último, aconteceu um acidente trágico na SE Porto Velho, em

Rondônia, que vitimou gravemente trabalhadores e trabalhadoras da Eletronorte. A notícia impactou a todos e todas nós, que lamentamos profundamente. Mais que lamentar, não podemos nos calar.

Não se trata aqui de atribuir culpa a quem quer que seja, mas provocar uma reflexão, que temos feito constantemente (veja abaixo) e perguntar se vale a pena continuar demitindo trabalhadores em plena pandemia.

As equipes de Linhas de Transmissão, Operação, Manutenção e de Apoio Administrativo estão desfalcadas e continuam expondo seus trabalhadores/as a extenuantes jornadas, o corpo funcional da empresa está pagando com sua vida o fruto da cegueira da Diretoria que continua usando as mesmas justificativas: 'Foi o SEST quem mandou'. 'Foi a Eletrobras quem mandou'. Ou 'Estamos cumprindo o acordo coletivo'!!!

O Sindinorte aguardará o resultado da apuração das causas e efeitos do acidente e suas implicações, adiantando desde já, que não aceitará que os trabalhadores envolvidos sejam considerados culpados, assim como foram em outras oportunidades, basta ver os últimos relatórios de acidentes.

Tudo isso já foi dito ao Diretor de Operação - DO, único Diretor a participar da reunião ocorrida no último dia 25/10 de manhã, mesmo não sendo este o único a ser convidado.

Verdade seja dita: o alerta foi dado

Há cerca de 6 meses, o Sindinorte editou um Boletim intitulado: "CARTA ABERTA AOS DIRETORES DA ELETRONORTE – NOSSOS COMPANHEIROS/AS ESTÃO MORRENDO".

Naquela oportunidade, alertamos a Diretoria da Eletronorte sobre o risco das demissões em plena pandemia. Vejamos trechos do Boletim, que inclusive mereceu réplica da empresa em comunicado enviado pela área de comunicação corporativa:

(...) As mortes dos nossos Companheiros e Companheiras da Eletronorte nos fazem pensar, refletir e questionar aos senhores para que levem essas reflexões para o travesseiro quando forem dormir.

Cabe relembrar que ainda no ano passado (2020) pedimos aos diretores da Eletronorte que não efetuassem as demissões dos trabalhadores em plena pandemia, pedimos que a empresa suspendesse as demissões durante o ano de 2021. Em carta enviada aos parlamentares dos estados onde a Eletronorte atua, reafirmamos essa necessidade, mas, no primeiro dia útil de 2021, veio a avalanche de demissões autorizadas a toque de caixa.

Pensávamos que, com a saída de Wilson Pinto da Presidência da Eletrobras, os diretores da Eletronorte fossem exercitar um pouco de sua autonomia e suspendessem as demissões, mas não. O que se viu foi a continuidade dos desligamentos com requintes de crueldade.